Compreender a morte como um processo natural e aceitá-la de forma serena é uma tarefa difícil até para gente grande. Imagina para a criança que, de uma hora para outra, se vê obrigada a dizer adeus a um bichinho de estimação ou a um membro da família? A fim de descomplicar essa delicada situação, o renomado autor e ilustrador norte-americano Todd Parr criou O livro do adeus. Com seus coloridos desenhos, a obra traz uma comovente e esperançosa história sobre dizer adeus a alguém que a gente ama. O autor, conhecido por abordar de forma simples e educativa questões que povoam a imaginação e as dúvidas dos pequenos, garante que este foi o livro mais difícil que já escreveu.
“Mas por quê??! A História de Elvis”, de Peter Schössow
A menina esbraveja, precisa gritar ao mundo “Mar por quê??!”. Por onde passa, atrai curiosos para sua demonstração de indignação. Até que, finalmente, ela conta que Elvis está morto, mas não o cantor, seu passarinho. Os amigos, então, providenciam seu enterro e vivenciam com ela esse momento de luto e tristeza, mas também de boas lembranças. Uma leitura que mostra que todo luto merece ser vivido, esbravejado, mas que, no fim, o que fica são as boas memórias. Este livro me marcou muito, pois mostra para o leitor que, sim, ele pode extravasar toda a dor e que precisa passar por esse momento de tristeza, mas que tudo fica bem no final.
“Para onde vamos quando desaparecemos?”, de Isabel Minhós e Bernardo P. Carvalho
Certeza, certeza absoluta, ninguém tem sobre a questão “para onde vamos quando desaparecemos”. Seja como for, se algum dia você ficar em dúvida se é possível falar de morte com poesia e brincadeira, a resposta é este livro. Escrito por Isabel Minhós com ilustrações de Bernardo P. Carvalho, o livro joga cor e luz sobre um tema tão castigado pela sombra do desconhecido. Um narrador imaginário faz perguntas sobre todas as coisas, como “por que nossas meias desaparecem tão misteriosamente” ou “pra onde vai a areia da praia varrida pelo vento e o barulho quando tudo silencia”. Afinal, quando já não estivermos aqui, quem vai cuidar das nossas coisas? Dúvidas muito possíveis do ponto de vista de quem ainda está elaborando a complexidade do mundo. Isabel mantém sua marca bem-sucedida de tirar o peso das coisas. Este livro parece caber perfeitamente na definição do crítico português Luís Almeida Eça: “Um livro que ajuda a crescer”.
“A coisa brutamontes”, de Renata Penzani Escrito por Renata Penzani e ilustrado por Renato Alarcão, o livro trabalha o tema da morte com a naturalidade do ponto de vista da criança, apostando em sua capacidade de elaborar metáforas e alegorias a partir da fantasia. Como o personagem percebe a morte na infância? Como ele vê os adultos que fogem do assunto? Cícero é um menino de 11 anos que precisa lidar com sentimentos desconhecidos. Sem saber o que é o amor, ele pensa estar apaixonado por Dona Maria, uma senhora que vive perto da sua casa. É a partir da relação de improvável identificação e afeto entre os dois que surge a oportunidade de aprender sobre o tempo das coisas e também das pessoas. A linguagem mistura elementos do imaginário e da realidade, e não faz concessões ao nomear sentimentos difíceis, como o luto e a tristeza. Finalista do Prêmio Barco a Vapor (2016), e vencedor do Prêmio Cepe Nacional de Literatura Infantil e Juvenil (2017), “A coisa brutamontes” reforça a importância de desconstruir tabus.
“Quando as coisas desacontecem”, de Alessandra Roscoe
O que acontece com as coisas quando elas desacontecem? Essa foi a pergunta de Gabriela em uma manhã, enquanto observava o vai e vem das ondas. A menina esmiúça algumas respostas: Semente desacontece para ser planta, nuvem vira chuva, e onda, espuma. Mas e as pessoas? E as ideias? Para onde vão? Em “Quando as coisas desacontecem”, os questionamentos acontecem em uma bela poesia do encontro entre Alessandra Roscoe e Odilon Moraes.
“VAZIO”, de Anna Llenas Júlia era uma menininha feliz como tantas outras, mas um dia, ela ficou com um grande vazio. Ela fez de tudo para esse vazio sumir, até que frente ao silêncio … “ouviu” que poderia olhar para dentro de si. Parou, pensou e percebeu que tinha um rico mundo interno para explorar, e aos poucos, sua angústia foi sumindo. A vida é cheia de encontros. E também de perdas. Às vezes, a gente perde coisas insignificantes: um lápis ou um objeto qualquer. Mas podemos perder coisas bem mais valiosas, como a saúde ou uma pessoa querida. Vazio conta a história de uma menina que consegue superar essa tristeza, dando um novo sentido às suas perdas.
“A Parte que Falta”, de Shel Silverstein Livro infantil que traz reflexões profundas sobre a busca da completude e a importância da jornada. Permite que, a cada leitura, o leitor possa refletir sobre ideais, sonhos, possibilidades, podendo utilizar a linguagem simples e os desenhos como metáforas para diferentes momentos da vida.